CORPO, PODER E CINEMA: UM “ZOOM” NO SUJEITO NEGRO DO FILME RIO,40 GRAUS
Resumo
Esse artigo analisa o corpo negro e seus sentidos em três fotogramas do filme Rio, 40 Graus (1955). O campo teórico é o da Análise do Discurso (AD) francesa, tendo como aporte teórico-metodológico as ideias do filósofo Michel Foucault (1988, 1995, 2012a,2012b, 2004) e sua arquegenealogia (especialmente na noção de biopolítica), dialogando com os estudos de Jean-Jacques Courtine (2013), sobre memória discursiva, corpo e intericonicidade. Usaremos ainda como suporte teórico as pesquisas do linguista Nilton Milanez (2009), focadas na relação entre corpo discursivo e linguagem cinematográfica. Acreditamos que a Eugenia e suas teses raciais no Brasil do século XX fazem parte de uma rede de saber-poder que normatizou “efeitos de verdade” sobre o sujeito negro. Essas “verdades”, por sua vez, encontraram ecos no corpo discursivo de personagens do cinema nacional.
Palavras-chave: Análise do Discurso. Cinema. Corpo. Poder. Sujeito negro.
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v6i2.1332
Referências
ANDRADE, Matheus. Rec – uma iniciação à filmagem. João Pessoa: Ideia, 2013.
BÍBLIA, A.T. Gênesis. Português. Bíblia Sagrada – Edição Pastoral. Brasília: Paulus, 1990.
CASTRO, Edgard. Vocabulário de Foucault. Tradução de Indrig Müller Xavier. 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
COURTINE, J-J. Decifrar o corpo: Pensar com Foucault. Tradução de Francisco Morás. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.
FOUCAULT. Direito de Morte e Poder de Vida. In: ______. História da Sexualidade I. 13. ed. Rio de Janeiro: 1988, p. 125 – 149.
______. O sujeito e o poder. In P. RABINOW e H. DREYFUS, Michel Foucault: uma trajetória filosófica (para além do estruturalismo e da hermenêutica). Tradução de Vera Porto Cazarra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 231-249.
______, Michel. A arqueologia do saber. Tradução Luiz Felipe Baeta Neves. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012a.
______. Governamentalidade. In: ______. Microfísica do Poder. 26. ed. São Paulo: Graal, 2012b, p. 407-431.
______. A ordem do discurso. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. 10. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
GOMES, P.E. Cinema: trajetória no subdesenvolvimento. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GONDIM, José Roberto. Eugenia. Disponível em < https://www.ufrgs.br/bioetica/eugenia.htm>. Acesso em: 3 de jun. 2016.
Milanez, Nilton. Corpo cheiroso, corpo gostoso: unidades corporais do sujeito no discurso. Acta Scientiarun Languageand Culture. Universidade Federal de Maringá. v. 31, n. 2, July-Dec., 2009, p. 215-222.
SEYFERTHE, G. O futuro era branco. Revista de História (Rio de Janeiro), v. 6, p. 62-67, 2011.
RAMOS, Paulo Roberto. Nelson Pereira dos Santos: resistência e esperança de um cinema. Estud. av. [online]. 2007, vol.21, n.59, pp.323-352. ISSN 0103-4014. Acesso em:15jun. 2016.
RODRIGUES. J.C. O negro no cinema brasileiro de ficção, 2008. Disponível em:< http://www.mnemocine.com.br/index.php/cinema-categoria/24-histcinema/87-o-negro-no-cinema-brasileiro-de-ficcao>. Acesso em: 22 de mai. 2016.

Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .
Indexadores de Base de Dados (IBDs)
Bases de periódicos com texto completo:
Outros Indexadores e Bancos de Dados:
Sudoc - Système Universitaire de Documentation
Bielefeld Academic Search Engine
CRUE / REBIUN - Catálogo de la Red de Bibliotecas Universitarias
Google Analytics UA-142181466-1
Macabéa – Revista Eletrônica do Netlli está avaliada no extrato B2, no QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016, na área de LETRAS/LINGUÍSTICA.