AS POÉTICAS DE MANOEL DE BARROS E ROBERVAL PEREYR: VERSOS ENTALHADOS NO MOVEDIÇO DA LÍNGUA

José Rosa dos Santos Júnior (IFPA)

Resumo


As poéticas de Manoel de Barros e de Roberval Pereyr se mostram, dentro de suas conjunturas específicas, como um saber inaugural. Os poetas se questionam e preocupam-se com a natureza da poesia, não somente por uma questão de saber conceitual, mas com a preocupação de reverter à poesia em matéria questionadora. Essa escrita, adjetivada como um deus, em Pereyr, está altamente implicada com os lugares mais decadentes e sombrios da urbe contemporânea. Esses deuses-poemas, bêbados, marginais, sem serventia, que nascem nos becos e se metem em encrencas são produtos de uma sociedade urbana e excludente na qual o eu-lirico está problematicamente inserido. Tal nuance – o urbano – se apresenta como um elemento dissonante em relação à poética de Manoel de Barros, por se forjar em um lócus reconhecidamente rural e bucólico, que engendra deuses, para utilizar o termo proposto por Pereyr, andarilhos, idiotas de estrada e em plena comunhão com a natureza. Dessa forma, o presente artigo logra plasmar uma série de reflexões acerca do pensar crítico e poético sobre a própria linguagem lírica, e como tais ponderações se erguem, de maneira específica no âmago das obras poéticas de Roberval Pereyr e de Manoel de Barros.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v9i4.2662


Palavras-chave


Poesia. Metalinguagem. Manoel de Barros. Roberval Pereyr.

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