O SUJEITO NAS REDES SOCIAIS: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA AUTORIA

Miguel Sanches Teixeira (PUC - Campinas), Eliane Righi de Andrade (PUC - Campinas)

Resumo


O artigo a seguir apresenta uma pesquisa realizada no campo teórico dos estudos do discurso e tem como objetivo compreender e discutir as posições do sujeito discursivo na contemporaneidade, com enfoque nas suas formas de exercer uma autoria no meio digital, de acordo com as possibilidades tecnológicas de criação e compartilhamento de conteúdo no Facebook. A partir da análise de caráter interpretativo-qualitativo, é possível notar que a apropriação de textos, principalmente daqueles que consagram seus autores, é parte central dos processos de criação e divulgação no meio digital. Dessa forma, destaca-se que, quando “mostrado”, o nome de um autor pode atribuir maior ou menor relevância a postagens digitais, o que, numa rede social, é um dos elementos que favorecem ou não a disseminação de textos. Assim, a autoria nas redes sociais se dá a partir de um processo sempre amplo e complexo, que se relaciona diretamente aos modos de interatividade do sujeito com as novas tecnologias de produção, as quais o transformam e são transformadas por ele, em constante (des)construção.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v9i4.2663


Palavras-chave


Estudos do discurso; autoria; redes sociais; sujeito.

Referências


AGAMBEN, Giorgio. O autor como gesto. In Agamben, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007. p. 49-57.

ALIBERTI, Rosangela. Recanto das Letras. Disponível em: Acesso em: 09 de abril 2020.

AUTHIER-REVUZ, Jacqueline. Heterogeneidade mostrada e heterogeneidade constitutiva: elementos para uma abordagem do outro no discurso. Entre a transparência e a opacidade: um estudo enunciativo do sentido. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. p. 11-80.

BARTHES, Roland. A morte do autor. In: BARTHES, Roland. O rumor da língua. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012. p. 57-64.

BASTOS, Marcos. A cultura da reciclagem. In: BRASIL, André. et al. (orgs.) Cultura em fluxo: novas mediações em rede. BH: PUCMG, 2004. p. 282-293.

BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: AMADO, Janaína e FERREIRA, Marieta de Moraes. Usos e abusos da história oral. (8ª edição) Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006, p. 183-191.

BOYD, Danah. Social Network Sites as Networked Publics: Affordances, Dynamics and Implications. In: PAPACHARISSI, Zizi. A Networked Self: Identity, Community, and Culture on Social Network Sites. New York: Routledge, 2011. cap. 2. p. 39-58.

BRUNS, Axel. Towards Produsage: Futures for User-Led Content Production. 2006. Disponível em: . Acesso em: 02 jun. 2020.

CHARTIER, R. O que é um autor? Revisão de uma genealogia. São Carlos: EdUFSCar, 2014.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. 9. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

FOUCAULT, M. O que é um autor? In Ditos e Escritos III: Estética – literatura e pintura, música e cinema. Rio de Janeiro : Forense Universitária, 2001. p. 264 - 298.

GREGOLIN, Maria do Rosário. AD: descrever - interpretar acontecimentos cuja materialidade funde linguagem e história. In NAVARRO, P. (org.) Estudos do texto e do discurso: mapeando conceitos e métodos. São Carlos, SP: Claraluz, 2006. p. 19-34.

KNOBEL, Michele; LANKSHEAR, Colin. Online Memes, Affinities, and Cultural Production. In: KNOBEL, Michele; LANKSHEAR, Colin. A new literacies samples. New York: Peter Lang Publishing, 2007. p. 199-228.

KNOBEL, Michele; LANKSHEAR, Colin. Remix: the art and craft of endless hybridization. Journal Of Adolescent & Adult Literacy, Newark, USA, v. 52, n. 1, p. 22-33, set. 2008. Disponível em: Acesso em: 15 mar. 2020.

LANDOW, George. P. Reconfiguring the Author. Hypertext 3.0: Critical Theory and New Media in an Era of Globalization. 3. ed. Baltimore, Maryland: The Johns Hopkins University Press, 2006. p. 125-143.

MANOVICH, Lee. Quem é o autor? – Sampleamento/mixagem/código aberto. In: BRASIL, André. et al. (orgs.) Cultura em fluxo: novas mediações em rede. BH: PUCMG, 2004. p. 248-263.

MARICONDA, Pablo; LACEY, Hugh. A águia e os estorninhos: Galileu e a autonomia da ciência. Tempo social, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 49-65, maio, 2001 . Disponível em:. Acesso em: 02 de abril de 2020. https://doi.org/10.1590/S0103-20702001000100005.

NOX, Nemo. Nemo nox. Por um punhado de pixels. 31 de mar. 2006. Disponível em: Acesso em: 09 de abril de 2020.

PÊCHEUX, Michel. O discurso: estrutura ou acontecimento. Campinas: Pontes, 2008.

PÊCHEUX, Michel. A análise de discurso: três épocas. In: GADET, Françoise; HAK, Tony (Org.) Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. 3. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1997. p. 311-319.

SARGENTINI, Vanice Maria Oliveira. Arquivo e acontecimento: a construção do corpus discursivo em análise do discurso. In. NAVARRO, P. (Org.), Estudos do texto e do discurso: mapeando conceitos e métodos. São Carlos, SP: Claraluz, 2006. p. 35-44.


Texto completo: PDF

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .

 

 

Indexadores de Base de Dados (IBDs) 
Bases de periódicos com texto completo:




Outros Indexadores e Bancos de Dados:


Library of Congress

Sudoc - Système Universitaire de Documentation

Copac – United Kingdom

Bielefeld Academic Search Engine

CRUE / REBIUN - Catálogo de la Red de Bibliotecas Universitarias

 

Google Analytics UA-142181466-1

Macabéa – Revista Eletrônica do Netlli está avaliada no extrato B2, no QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016, na área de LETRAS/LINGUÍSTICA.