DOCE MÃE IMENSA: O MAR E O FEMININO EM ULYSSES
Resumo
Este trabalho propõe uma leitura da obra Ulysses, de James Joyce, apresentando como os mitos antigos são ressignificados no romance moderno. Para isso, é analisada a relação dos protagonistas masculinos, Stephen Dedalus e Leopold Bloom, com o mar e com as personagens femininas, em comparação com as referências à mulher e ao mar na Odisseia de Homero e nos mitos cosmogônicos Enuma Elish , Gênesis . Foi constatado que, nesses textos, o feminino sempre é superado por um homem ou um deus violento e castigador. Em oposição a isso, James Joyce faz com que, em seu romance, as figuras masculinas não se assemelhem às dos mitos, mas sim, as rejeitem, preferindo, ao contrário, se espelharem em mulheres. O feminino se torna, então, o ponto de convergência dos fios narrativos de Ulysses, cujo último capítulo é um monólogo de uma mulher, Molly Bloom, o que destoa dos desfechos dos mitos cosmogônicos e homérico.
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i5.3372
Palavras-chave
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