UMA DISCUSSÃO ACERCA DAS SENSIBILIDADES E EXTERIORIDADES DE UM INTELECTUAL FRONTEIRIÇO

Ana Paula Marques Machado

Resumo


O poeta subalterno não está morto, está mais vivo do que nunca, pois seus antepassados fazem parte do que ele é hoje, e seu pensamento está galgado às histórias da borda, à família da fronteira, e está facultado a buscar, a procurar o que ainda não conhecia, o presente. O professor sul mato-grossense Edgar Nolasco imprime em sua poesia suas vivências vividas naquela zona de fronteira sem igual, exteriorizando com singeleza que é na travessia que a família fronteiriça se reúne e se dispersa, como um redemoinho que emerge repentinamente no meio do campo descampado, não se importando com o pensamento hegemônico. Nolasco teoriza seu discurso a partir de seu lócus fronteiriço, fronteira-Sul Brasil/Paraguai/Bolívia, a fronteira de barrado sanguinolento e crepúsculo oscilante onde canta o urutau, pássaro de canto fúnebre e que é símbolo do cerrado brasileiro. Seus escritos poéticos são entranhados por suas memórias subalternas, e se encontram presentes na trilogia Pântano, Oráculo da fronteira e A ignorância da Revolta. É nesse caminho que este trabalho pretende caminhar, a partir do estudo da poética ficcional de Edgar Nolasco, nascido na fronteira e desobediente de nascença.

DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i7.3684


Palavras-chave


Fronteira. Desobediência epistêmica. Memórias subalternas.

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