AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO EXTRATO AQUOSO DAS FOLHAS DE Libidibia ferrea (MART. EX TUL.) L. P. QUEIROZ (PAU FERRO)
Resumo
Os fungos são micro-organismos comuns no ambiente, sendo que alguns vivem de forma comensal, habitando a superfície da pele, mucosas, trato respiratório, gastrointestinal e urogenital de humanos e animais, como é o caso das espécies pertencentes ao gênero Candida. O fluconazol é um dos fármacos mais usados para combater as enfermidades causadas por esses micro-organismos, atuando em um alvo específico dos fungos, entretanto, muitas linhagens já lhe são resistentes. A resistência a medicamentos tem despertado a necessidade de procurar novas alternativas de cunho natural. Libidibia ferrea popularmente conhecida como jucá ou pau ferro é uma espécie vegetal da família Fabaceae, que possui em sua composição substâncias avaliadas quanto a seu efeito antimicrobiano. Este estudo tem como objetivo verificar o efeito antifúngico do extrato, sozinho e combinado com o Fluconazol na inibição de crescimento de Candida albicans, Candida tropicalis e Candida kruzei, bem como na virulência fúngica. Os ensaios para determinação da Concentração Inibitória de 50% dos micro-organismos (CI50), foram realizados por microdiluição (8.192 a 8 μg/mL) e na combinação extrato/fármaco, o extrato foi avaliado em concentração subinibitória (CFM/16). A Concentração Fungicida Mínima (CFM) foi verificada por subcultivo em meio sólido. O efeito inibidor sobre a morfologia fúngica foi verificado em câmaras úmidas. O extrato apresentou efeito inibidor sobre os micro-organismos em concentrações elevadas e sem relevância clínica, demonstrando um comportamento de resistência ao extrato em questão. A CI50 evidencia a potencialização do fármaco pelo extrato, onde a combinação dos dois reduziu a concentração de efeito do fluconazol frente a todas as linhagens. A CFM foi ≥ 16.384 µg/mL. Em relação a morfologia fúngica, o extrato inibiu a transição morfológica de C. albicans e C. tropicalis na concentração mais elevada. A espécie tem constituintes ativos para potencialização de efeito de fármaco comercial e para interferir na expressão de um importante fator de virulência fúngica.
Palavras-chave
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