Avaliação da citotoxicidade e atividade leishmanicida e tripanocida de extratos de Passiflora cincinnata Mast L.
Resumo
A doença de Chagas e a leishmaniose são doenças que prevalecem em países pobres. Os fármacos disponíveis para o tratamento dessas doenças são altamente tóxicos, sendo este um dos motivos que dificulta à adesão terapêutica e, assim, levando à busca por novas drogas eficazes e seguras para seus tratamentos. A pesquisa utilizando produtos naturais tem se mostrado uma alternativa na procura de novos compostos com potencial clínico-terapêutico. O gênero Passiflora possui as seguintes atividades farmacológicas centrais como calmantes, sedativas, ansiolíticas e indutor do sono e atividades antiparasitarias. A Passiflora cincinnata possui ampla distribuição pelo Brasil sendo popularmente utilizada para distúrbios de sono. Neste estudo avaliamos sua atividade antiparasitária contra Leishmania brasiliensis, Leishmania infantum e Trypanosoma cruzi, bem como sua citotoxicidade em fibroblastos. Foram testados extratos hidroalcoólicos obtidos das folhas, casca, sementes e caule em diferentes concentrações. Os extratos das folhas, casca e sementes não foram eficazes contra L. brasiliensis e T. cruzi, porém, o extrato do caule promoveu uma inibição de 29,12 % contra T. cruzi numa concentração de 500 µg/mL, entretanto o extrato da casca de P. cincinnata foi o que apresentou a melhor atividade contra as formas parasitárias de L. infantum, causando um percentual de morte >20 % nas concentrações de 250 a 1000 µg/mL. Referente à toxicidade, o extrato das folhas foi o que apresentou maior citotoxicidade, quando comparado com os demais, causando a mortalidade de 68,63 % dos fibroblastos numa concentração de 1000 µg/mL. A baixa citotoxicidade revelada abre espaço para novos estudos biológicos.
Palavras-chave
Leishmaniose; Doença de Chagas; Leishmania; Passifloraceae; Trypanosoma cruzi.
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