A FADIGA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS
Resumo
O trabalho de enfermagem no ambiente hospitalar expõe os trabalhadores a uma série de estressores físicos e mentais, que podem interferir na capacidade para o trabalho e causar fadiga. O objetivo desse trabalho é descrever o processo de fadiga na vida e no trabalho de profissionais de enfermagem. Trata-se de um estudo do tipo descritivo, que seguiu uma abordagem quantitativa, realizado no período de outubro de 2012 com 81 profissionais de enfermagem do Hospital Regional, localizado no município de Quixeramobim-CE. Foi usado um instrumento de coleta de dados dividido em três variáveis: sociodemográficas; causadoras da fadiga e características da fadiga. Os dados foram armazenados no Excel® versão 2007, depois processados no programa Epi Info na versão 3.5.1. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade Católica Rainha do Sertão em Quixada-CE, sob protocolo: 20120121.Os resultados das variáveis sociodemograficas mostram que 43,2% têm em media uma faixa etária de 44 a 56 anos; 92,6% são do sexo feminino; 50,5% é solteira; 50,6% são técnicos de enfermagem; 34,6% trabalham em plantão noturno; 43,2% prestam serviço na unidade em media de 3 a 15 anos; 32,1% trabalham na emergência e 70,4% não tem vinculo empregatício. Quanto às variáveis causadoras da fadiga: 13,6% afirmaram que não é permitido dormir no hospital; 65,4% somente descansa e não consegue dormir no hospital;53,1% responderam não ter dificuldade de relaxar após um dia de trabalho, 46,9% senti dificuldade de relaxar após o trabalho; 76,5% no final de um dia de trabalho se sentem exaustos; 63,0% não tem dificuldade de se concentrar no tempo de folga após o trabalho; 82,7% relataram não ter dificuldade de se interessar por outras pessoas, quando acaba de sair do trabalho; quando chega em casa, as pessoas deveriam deixá-lo(a) só por algum tempo, (64,2%) responderam não; 61,7% responderam que após um dia de trabalho, não esta cansado demais para começar outras atividades. Já as variáveis características da fadiga, 50,6% sentem cabeça pesada; 51,9% sentem moleza no corpo; 53,1% têm sono durante o trabalho; 51,9% queixam-se de olhos cansados; 69,1% gostariam de ir se deitar durante trabalho; 63,0% precisam se concentrar mais; 58,0% não ficam irritados facilmente; 84,0% têm outras coisas em que pensar além do trabalho. Este estudo abre portas para traçar intervenções profissionais de enfermagem e os gestores de unidades hospitalares a entenderem a dinâmica do trabalho em saúde, buscarem estratégias para assegurar a qualidade do cuidado prestado e atenuar os possíveis danos que porventura a rotina hospitalar possa causar nos profissionais. Estas ações visam restaurar e manter a capacidade para o trabalho, reduzir a fadiga e permitir melhorias nas condições saúde e na qualidade de vida desta população.
Palavras-chave
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