REPRESENTAÇÕES DO SERTÃO EM INOCÊNCIA, DE VISCONDE DE TAUNAY
Resumo
Neste artigo, propomos analisar Inocência (1872), de Visconde de Taunay, a partir da representação no sertão. Discutiremos a configuração desse espaço como paisagem social, cultural e literária e sua relação de tensão na formação da identidade nacional no contexto do Romantismo brasileiro. No livro, o sertão desdobra-se em sua dimensão real e simbólica para narrar o mundo da vivência, dos dramas e permanência sertaneja em meio à terra e à natureza. As representações paisagísticas nesse romance estabelecem a intimidade das personagens com o espaço numa dupla travessia dos caminhos que cortam o sertão real e o tecido ficcional do livro. O nosso objetivo é refletir sobre essas construções espaciais reveladoras da paisagem que se inscrevem nesse romance. Seja na perspectiva geográfica, social ou simbólica, a representação do sertão contempla um mundo singular no âmbito da literatura nacional. Tornou-se um espaço emblemático e incerto que se recria a cada travessia e ressurge heterogêneo no pensamento artístico-cultural brasileiro. O sertão, tido como riqueza ou problema, centro ou periferia, síntese ou antítese da paisagem nacional tem sido um espaço revelador dos costumes do povo brasileiro.
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v7i1.1478
Referências
ALAMBERT, Francisco. Literatura e política no Visconde de Taunay. In: De sertões, desertos e espaços incivilizados. ALMEIDA, Ângela Mendes et al. (Orgs). Rio de Janeiro: FAPERJ: MAUAD, 2001. p. 219-228.
ALMEIDA, José Maurício Gomes de. A tradição regionalista no romance brasileiro (1857-1945). Rio de Janeiro: Achiamé, 1999.
AMADO, Janaína. Região, Sertão. Nação. In: Estudos Históricos. Rio de Janeiro, Vol. 8, n. 15, 1995. p. 145-151.
AMORA, Antônio Soares. Nocência: mais que inocência. In: Suplemento Literário, O Estado de São Paulo, 1958.
BORGES FILHO, Ozíris. A questão da fronteira na construção do espaço da obra literária. In: Triceversa, Revista do Centro Ítalo-Luso-Brasileiro de Estudos Linguísticos e Culturais, Assis, v. 2, n. 1, mai/out 2008.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981, 2 v.
CARVALHO, Bruno. Um outro sertão literário: linguajar pantaneiro e espaço nacional em Inocência de Taunay. In: Revista Investigações, v. 23, n. 1, p. 135-152, Jan/2010.
CASTRILLON-MENDES, Olga Maria. Taunay viajante e a construção da imagética de Mato Grosso. Campinas, 2007. 243 f. Tese de Doutorado (Instituto de Estudos da Linguagem) – Universidade Estadual de Campinas – SP, 2007.
IANNONE, Carlos Alberto. A obra de Visconde de Taunay. In: Inocência. São Paulo: Martin Claret, 2001.
MEDEIROS, Sérgio. Prefácio para esta edição. In: TAUNAY, Alfredo D’Escragnolle Visconde de. Memórias. São Paulo: Iluminuras, 2005.
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. A conquista do espaço: sertão e fronteira no pensamento brasileiro. In: História, Ciências, Saúde, v. (suplemento), p. 199, jul 1998.
OLIVEIRA, Ricardo de. Ficção, ciência, história e a invenção da Brasilidade Sertaneja. In: Ipotesi (UFJF), Minas Gerais, 4 v., n. 1, 2000, p. 37-53.
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2008.
SERPHA, Poncio. Visconde de Taunay: Ensaio Bibliográfico. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras,1952.
SILVEIRA, Francisco Maciel. Tragédia da Nocência – para ler sem Inocência. In: Inocência. Coleção grandes leituras. São Paulo: FTD, 1999.
TAUNAY, Alfredo D’Escragnolle Visconde de. Memórias. São Paulo: Iluminuras, 2005.
TAUNAY, Alfredo D’Escragnolle Visconde de. Inocência. São Paulo: Ática, 2010.
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .
Indexadores de Base de Dados (IBDs)
Bases de periódicos com texto completo:
Outros Indexadores e Bancos de Dados:
Sudoc - Système Universitaire de Documentation
Bielefeld Academic Search Engine
CRUE / REBIUN - Catálogo de la Red de Bibliotecas Universitarias
Google Analytics UA-142181466-1
Macabéa – Revista Eletrônica do Netlli está avaliada no extrato B2, no QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016, na área de LETRAS/LINGUÍSTICA.