A SECA E OS ARGUMENTOS SOBRE CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO A PARTIR DO OLHAR DE RACHEL DE QUEIROZ
Resumo
A escolha do tema que aborda questões relativas à vivência de retirantes nos campos de concentração, construídos por ocasião das secas no estado do Ceará, mais precisamente no ano de 1932, representa, em primeiro plano, a minha intenção, enquanto pesquisador, de tornar mais visível e compreender melhor o problema da miséria sofrida pelos ‘flagelados’, como eram conhecidos. Pelo fato de compor o grupo de estudos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, UERN, em Pau dos Ferros, sobre argumentação e cultura local, vejo, na retórica, uma forma de denúncia social contra a crueldade desses campos de concentração cearenses. Nesse processo, pretendo trabalhar, predominantemente, com a teoria da nova retórica, de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2014). Contudo, irei ancorar também esse estudo em autores como Souza (2003), Reboul (2004), Halbwachs (1990), Arendt (2007), dentre outros. O método, além de se constituir como dedutivo e indutivo, parte de uma pesquisa bibliográfica até desaguar nas entrevistas, das quais analisamos os lugares da argumentação, isto é, as categorias perelmanianas que tratam de argumentos baseados em quantidade, qualidade, essência, dentre outros. Espero que este artigo possa, primeiro, servir de voz para os familiares dessas pessoas que sofreram nos campos de concentração, depois que contribua para novas pesquisas acerca da argumentação e/ou da temática aqui exposta.
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v9i1.2145
Referências
REFERÊNCIAS
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