CLARICE E CAIO NO DIVÃ: PARA UMA COMPREENSÃO DO SENTIDO DA LETRA ‘M’ EM A HORA DA ESTRELA E LIMITE BRANCO
Resumo
Este artigo propõe uma crítica literária de dois romances brasileiros, sob o viés da psicanálise, a fim de entender o sentido de morte, representado pela letra inicial dos nomes dos protagonistas dessas obras: Macabéa (LISPECTOR, [1977]2017), uma mulher insossa (LINS JR.; LIMA, 2017), que não se projeta na/em vida devido às memórias de infância e adolescência marcadas por repressões e pela ausência da figura materna, e Maurício (ABREU, [1970]2014), um jovem introspectivo, frágil e que não se identifica com os protótipos de uma identidade masculina. Como fundamentação teórica, optamos pelas discussões orientadas por Chauí (1987), Ussel (1980), Kiekerkaard (2013) e Freud (2014), seguindo uma metodologia da crítica literária, numa perspectiva pós-moderna (SOUSA SANTOS, 2002), que nos permite utilizar outras áreas das ciências para melhor compreender o fenômeno estudado e que considere a relação autor-texto-leitor. Ao final, percebemos que autores distintos, em momentos distintos – inclusive da história e de experiências de vida – podem representar personagens que falem dos problemas cotidianos e como esses problemas, enquanto discursos, nos constituem como sujeitos.
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v9i2.2228
Palavras-chave
Referências
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Macabéa – Revista Eletrônica do Netlli está avaliada no extrato B2, no QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016, na área de LETRAS/LINGUÍSTICA.