A ANGÚSTIA NO ROMANCE O ENCONTRO MARCADO, DE FERNANDO SABINO: UMA LEITURA INTERDISCIPLINAR À LUZ DAS IDEIAS DE SØREN KIERKEGAARD

Gustavo Rocha Ferreira e Silva (UFRJ)

Resumo


O presente artigo visa explorar ao máximo o potencial interdisciplinar entre o romance O encontro marcado (1956) e o pensamento de Søren Kierkegaard no que tange à temática da angústia. A interpretação a ser apresentada se ancora em pressupostos teóricos cunhados por Hans-Georg Gadamer e Wolgang Iser. Vivenciado de maneira intensa pelo protagonista Eduardo Marciano e muito presente nas reflexões do dinamarquês, é possível afirmar de antemão que este afeto é entendido de maneira distinta por cada um deles. Em linhas muito gerais, Kierkegaard concebe a angústia como um medo sem objeto, uma imobilidade aflitiva diante da capacidade e possibilidade de escolher um rumo para si, de assumir a responsabilidade do próprio destino sem garantia alguma de obtenção do retorno esperado. Já para Eduardo Marciano este temível pathos consiste em uma irremediável impotência frente a sua própria finitude; no fracasso em concretizar o que acredita ser sua vocação, qual seja, a de se tornar pai de família e romancista renomado; e em sua incapacidade de conferir um sentido à própria vida.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v9i4.2445


Palavras-chave


Fernando Sabino; Søren Kierkegaard; Angústia; O encontro marcado

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