VIVENDO NO MUNDO DA LUA: UMA CRÍTICA SOCIAL E HUMANA
Resumo
Este artigo tem por objetivo fazer uma breve reflexão sobre a viagem pela Lua, presente na obra Orlando furioso (1532), de Ludovico Ariosto, tomando como ponto de partida a ideia de paródia, proposta por Linda Hutcheon, e alguns tópicos do Renascimento explorados por Mario Santoro. Por meio destes e de outros autores é possível notar que o Furioso, de modo geral, é uma paródia dos romances de cavalaria, sendo que usa deste argumento para tecer diversas críticas à sociedade da qual o poeta fazia parte, tratando de questões morais, estéticas e religiosas. A viagem pela Lua é a expressão máxima dessa visão questionadora, pois esse “planeta” serve como repositório de tudo o que o homem perdeu na Terra. Por trás de cada objeto há uma crítica a determinado aspecto da sociedade, sendo expostos bajuladores, religiosos e senhores que abusavam do poder, e charlatões. Conclui-se, pois, que essa parte da obra assume diferentes funções: expor a natureza humana, criticando vícios e falhas, apontar os problemas mais comuns dentro das cortes, demonstrar como a razão e a loucura caminham próximas, e debater a importância da poesia, ainda que esta não fosse devidamente valorizada.
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i1.2712
Palavras-chave
Referências
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