DINÂMICAS INTERACIONAIS FRONTEIRIÇAS: O USO DO FRANCÊS NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS EM OIAPOQUE
Resumo
Este trabalho objetiva descrever, a partir de uma perspectiva tanto política quanto ecolinguística, as práticas linguageiras em uso nas instituições públicas da cidade de Oiapoque na fronteira franco-brasileira e apresentar os mecanismos utilizados por agentes públicos na gestão das interações entre falantes de línguas diferentes. Fundamentado nos conceitos de ecologia das línguas e de meio ambiente linguístico discutidos por Haugen (1959, 1972), Couto (2002-2018), associados às noções de política linguística in vivo e in vitro (CALVET, 1996, 1999, 2007; SAVEDRA & LAGARES, 2013), em uma região de fronteira política e linguística (VIAUT, 2004), buscamos analisar a situação apresentada e apontar o que nomeamos de “indicadores de sustentabilidade” para as interações “entre grupos” linguísticos distintos na região (brasileiros, franceses metropolitanos, guianenses, indígenas de ambas nacionalidades, entre outros). Os dados apresentados resultam de uma pesquisa de campo, de natureza qualitativa e quantitativa, realizada com servidores públicos das esferas municipal, estadual e federal na cidade de Oiapoque, obtidos através de questionários e entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam para uma ausência de planejamento linguístico institucional na seleção dos servidores, justificado, entre outros elementos, pela ausência de políticas linguísticas que, considerando o ambiente linguístico da região, subsidiem os serviços prestados aos transeuntes da fronteira franco-brasileira.
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i1.2756
Palavras-chave
Referências
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