SOLIDÃO: A LINGUAGEM EM DEVIR DO IAUARETÊ
Resumo
A obra de Guimarães Rosa é objeto de inúmeras críticas e análises. Em nosso trabalho, buscamos analisar a forma como Rosa imputa um valor intensamente criador à linguagem no conto Meu tio o Iauaretê, de forma que a situação do onceiro dialoga com o impulso da língua adâmico de modeladora da realidade (ECO, 2002). Como instrumental para nossa análise, baseamo-nos nos conceitos de rizoma (DELEUZE & GATARRI, 1995), desterritorialização (DELEUZE & GUATARRI, 1975 e HAESBAERT, 2004) e devir (DELEUZE & PARNET, 1997). Buscamos demonstrar como a solidão do onceiro funciona como um gatilho para o agenciamento homem-onça, e como o delírio da linguagem – com a pulverização da sintaxe habitual e a inserção de vocábulos do tupi – agencia-se como linguagem criadora que se conjuga ao devir-onça.
SOLITUDE: THE BECOMING LANGUAGE IN THE JAGUAR
Rosa’s word is the subject of considerable criticism and analysis. In our work, we examine how intensely Rosa imputes an originative characteristic on the language of the short story The Jaguar. The situation of the jaguar hunter is similar to the Adamic Language, which models the reality (ECO, 2002). As instrumental theories for our analysis, we rely on the concepts of rhizome (DELEUZE & GATARRI, 1995), deterritorialization (DELEUZE & GUATARRI, 1975 e HAESBAERT, 2004) and becoming (DELEUZE & PARNET, 1997). We try to demonstrate how the solitude of the jaguar hunter acts as a trigger for the agency jaguar-man, and how the delirium of language – with the pulverization of the usual syntax and the insertion of Tupi words – works as an originative language that conjugates itself with the becoming-jaguar.
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v1i1.321
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