A ARTE IMITA A NÃO-VIDA: FERNANDO PESSOA

Aurora Cardoso de Quadros

Resumo


Na obra de Fernando Pessoa, percebe-se um indivíduo perdido numa espécie de exílio e em “busca de si” dentro da própria alma. Sua escrita colige alter egos que afluem em torno de um abismo axial, nas recorrências em que negam a vida e afirmam a morte. Sua expressão não literária demonstra a tristeza das perdas, além da oposição aos valores, à mentalidade e aos costumes portugueses. A par da ideia de Jorge de Sena (1974) quando afirma que Fernando Pessoa corteja a morte durante muitos anos, este estudo, que faz parte de um projeto em andamento, avança na investigação de possibilidades externas subjacentes à representação da morte na obra do poeta. O percurso de leitura e análise busca identificar elos entre a produção escrita e a vida do poeta, pressupondo que a estética da morte reflete sombras de um estado psíquico de tristeza e desterro.  Tornam exemplo da associação entre vida e obra as mudanças desde a infância, as perdas, sua formação britânica, e a produção escrita em Portugal. Sua obra, neste trabalho, se reconstrói como uma ponte pênsil, arisca, bifurcada, que liga história e poesia; espaço e tempo.

DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i3.3239


Palavras-chave


Fernando Pessoa; Morte; Poesia; História.

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