MESTIÇAGEM E RACISMO À BRASILEIRA EM MARROM E AMARELO
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar o romance Marrom e Amarelo (2019) de Paulo Scott e o tema da representação literária da mestiçagem, não apenas no contexto político e social, mas também nas relações familiares. Somos apresentados no início da obra ao cenário de Brasília sob a perspectiva do protagonista Federico, que é convidado, devido à sua atuação como militante do movimento negro, para compor uma comissão, instituída pelo recém eleito governo federal, que é responsável por discutir os meios para aprimorar o sistema de cotas raciais nas universidades. No livro temos a exploração das diferenças entre Federico, personagem que apesar de ser "mestiço" na origem, possuí um fenótipo mais próximo aos brancos, e o seu irmão negro retinto Lourenço. Desse modo, os recursos empreendidos na escrita do romance e o cenário ficcional elaborado por Scott apresentam discussões acerca das problemáticas raciais e das especificidades enfrentadas por diferentes sujeitos racializados ao longo da narrativa. A partir dos elementos textuais da narrativa e das temáticas levantadas ao longo do romance, será realizado o levantamento de referências através de livros e artigos científicos para análise da obra e fundamentação dos conceitos teóricos e termos significativos para o estudo.
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i3.3281
Palavras-chave
Referências
ADORNO, Theodor W. Posição do narrador no romance contemporâneo. In: _____. Notas de Literatura I. São Paulo: Duas Cidades; 34 ed., p.55-63, 2003.
ANJOS, Gabriele dos. A questão “cor” ou “raça” nos censos nacionais. Indicadores Econômicos FEE, n.1, v.41, p.103-118, 2013. Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2021.
ARISTÓTELES; HORÁCIO; LONGINO. A poética clássica. 12 ed. Trad. Jaime Bruna. São Paulo: Cultrix, 2005.
AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 1971.
Cardoso, Lourenço da Conceição. Branquitude acrítica e crítica: A supremacia racial e o branco anti-racista. Revista Latinoamericana de ciencias sociales, niñez y juventud, v. 8, p. 607-630, 2010. Disponível em: Acesso em: 27 fev. 2021.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EdUfba, 2008.
FRANCISCO, Mônica da Silva. Discursos sobre colorismo: educação étnico-racial na contemporaneidade. Ensaios Filosóficos, vol. XVIII, p.97-109, dez. 2018. Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2021.
FRANCONI, Rodolfo A. Da representação à representatividade: quem legitima? Agenda problemática inicial. In: Luiz Roberto Velloso e Maria Eunice Moreira. Questões de crítica e de historiografia literária. Porto Alegre: Nova Prova, 2016.
GILROY, Paul. Entre campos: nações, cultura e o fascínio da raça. Trad. Celia Maria Marinho de Azevedo et al. São Paulo: Annablume, 2007.
GINZBURG, Jaime. A guerra como problema para os estudos literários. Porto Alegre, Organon – Revista do Instituto de Letras da UFRGS, n.52, v.27, s/p, 2012a. Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2021.
GINZBURG, Jaime. O narrador na literatura brasileira contemporânea. Tintas: quaderni di letterature iberiche e iberoamericane 2 (2012), p.199-221. Milão: Facoltà di studi umanistici, 2012b.
MORAIS, Federico. A tríade racial. In:______. O Brasil na visão do artista: o país e sua gente. São Paulo: Prêmio Editorial, 2002, p.38-87.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In: Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira, Niterói: EDUFF, 2004.
MUNIZ, Fernando. Platão contra a arte. In: Haddock-Lobo, R. Os Filósofos e a Arte. RJ: Ed. Rocco, 2010, p. 15-42.
NASCIMENTO, Giovana Xavier da Conceição. Os perigos dos Negros Brancos: cultura mulata, classe e beleza eugênica no pós-emancipação (EUA, 1900-1920). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 35, n. 69, p. 155-176, jun. 2015. Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2021.
ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade cultural nacional. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.
PLATÃO. A República. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: Edufpa, 2000.
REIS, Eneida de Almeida. Mulato: negro–não negro e/ou branco–não branco. São Paulo: Editora Altana, 2002.
SANTORO, Fernando. Sobre a estética de Aristóteles. Viso – Cadernos de estética aplicada, n.2, p.1-12. mai-ago/2007. Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2021.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na sociabilidade brasileira. 1. ed. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
SILVA, Reginaldo Oliveira. Da epopeia burguesa ao fluxo de consciência: a escrita literária em tempos difíceis. Revista Investigações, n.1, v.22, p.11-35, 2009. Disponível em: . Acesso em: Acesso em: 27 fev. 2021.
SCOTT, Paulo. Marrom e Amarelo. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2019.
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .
Indexadores de Base de Dados (IBDs)
Bases de periódicos com texto completo:
Outros Indexadores e Bancos de Dados:
Sudoc - Système Universitaire de Documentation
Bielefeld Academic Search Engine
CRUE / REBIUN - Catálogo de la Red de Bibliotecas Universitarias
Google Analytics UA-142181466-1
Macabéa – Revista Eletrônica do Netlli está avaliada no extrato B2, no QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016, na área de LETRAS/LINGUÍSTICA.