O PAPEL DOS PROCESSOS REFERENCIAIS NA ORIENTAÇÃO ARGUMENTATIVA DO TEXTO
Resumo
Este artigo objetiva analisar a natureza argumentativa dos processos referenciais, pois eles são estratégias fundamentais para a construção do ponto de vista do enunciador. Para a realização deste trabalho, adotamos o pressuposto de que o fenômeno da referenciação é uma atividade sociocognitivo-discursiva de construção de versões do real, negociada pelos sujeitos. Estabelecemos como questão principal deste estudo analisar o papel das expressões referenciais e das pistas linguísticas formadas por predicações que auxiliam na construção dos processos referenciais na consecução dos propósitos argumentativos do enunciador. O nosso intuito, portanto, é ampliar as discussões sobre a orientação argumentativa da referenciação, visto que assumimos que não somente as expressões referenciais, mas também as predicações são pistas linguísticas que participam das transformações dos referentes. Em nossa análise, examinamos os processos referenciais acionados pelo produtor textual para (re)construir o referente de “Cristiano Ronaldo” em uma matéria jornalística. Concluímos, com a análise do texto, que os processos referenciais mobilizados foram fundamentais para a orientação argumentativa que o produtor textual tencionou imprimir ao seu projeto discursivo. Para a realização deste estudo, adotamos como pressupostos teóricos os postulados da referenciação, conforme, principalmente, Mondada e Dubois (2003), Custódio Filho (2011) e Cavalcante, Custódio Filho e Brito (2014).
DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i5.3495
Palavras-chave
Referências
AMOSSY, R. Argumentação e Análise do Discurso: perspectivas teóricas e recortes disciplinares. Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação, Ilhéus, BA, v. 5, n. 1, p. 129-144, jan./jun. 2011. Disponível em http://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/389/395. Acesso em: 20 abr. 2020.
CAVALCANTE, M. M. et al. O texto e suas propriedades: definindo perspectivas para análise. (Con)Textos Linguísticos, Florianópolis, ES, v. 13, n. 25, p. 25-39, nov. 2019. Disponível em https://periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/27884. Acesso em: 20 abr. 2020.
CAVALCANTE, M. M. et al. Coerência e referenciação. In: MARQUESI, S. C.; PAULIUKONIS, A. L.; ELIAS, V. M. (Orgs.). Linguística textual e ensino. São Paulo: Contexto, 2017, p. 129-146.
CAVALCANTE, M. M.; CUSTÓDIO FILHO, V.; BRITO, M. A. P. Coerência, referenciação e ensino. São Paulo: Cortez, 2014.
CAVALCANTE, M. M. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2012.
CAVALCANTE, M. M. Referenciação: sobre coisas ditas e não ditas. Fortaleza: UFC, 2011.
CAVALCANTE, M. M. Expressões referenciais – uma proposta classificatória. Caderno de Estudos Linguísticos. Campinas, SP, v. 10, n. 44, p. 105-118, jan./jun. 2003. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8637068/4790. Acesso em: 20 abr. 2020.
CUSTÓDIO FILHO. Análise da referenciação por meio de traços de significação. In: FIGUEIREDO, M. F. et al (Orgs.). Textos: sentidos, leituras e circulação. Franca, SP: Unifran, 2014, p. 199-224.
CUSTÓDIO FILHO, V. Múltiplos fatores, distintas interações: esmiuçando o caráter heterogêneo da referenciação. 2011. 329 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2018.
KOCH, I. G. V. Introdução à Linguística Textual: trajetória e grandes temas. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2017.
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2017.
KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
MONDADA, L.; DUBOIS, D. A construção dos objetos de discurso e categorização: uma abordagem dos processos de referenciação. Tradução de Mônica Magalhães Cavalcante. In: CAVALCANTE, M. M.; BIASI-RODRIGUES, B.; CIULLA, A. (Orgs.). Referenciação. São Paulo: Contexto, 2003, p. 17-52.
SILVA, F. O; CUSTÓDIO FILHO, V. O caráter não linear da recategorização referencial. In: CAVALVANTE, M. M.; LIMA, S. M. C. (Org.) Referenciação: teoria e prática. São Paulo: Cortez, 2013. p. 59-85.
SOARES, M. S. Processos referenciais por nome próprio como estratégias argumentativas. 2018. 117 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.
TRAVAGLIA, L. C. Fatos pertinentes para o trabalho com a tipologia textual no ensino de Línguas. In: MARQUESI, S. C.; PAULIUKONIS, A. L.; ELIAS, V. M. (Orgs.). Linguística textual e ensino. São Paulo: Contexto, 2017, p. 69-90.
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .
Indexadores de Base de Dados (IBDs)
Bases de periódicos com texto completo:
Outros Indexadores e Bancos de Dados:
Sudoc - Système Universitaire de Documentation
Bielefeld Academic Search Engine
CRUE / REBIUN - Catálogo de la Red de Bibliotecas Universitarias
Google Analytics UA-142181466-1
Macabéa – Revista Eletrônica do Netlli está avaliada no extrato B2, no QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016, na área de LETRAS/LINGUÍSTICA.