ANÁLISE DO ROMANCE O JOGADOR DE DOSTOIÉVSKI FUNDAMENTADA EM BAKHTIN E FREUD

Ivanaldo Oliveira Santos (UERN)

Resumo


O presente estudo tem por objetivo realizar uma análise do romance O Jogador de Dostoiévski fundamentada pela categoria de polifonia em Bakhtin e pela reflexão de Freud desenvolvida no ensaio: Dostoiévski e o parricídio. Por fim, afirma-se que há nessa obra uma forte presença tanto da polifonia advogada por Bakhtin como também da divisão do ego proposta por Freud no ensaio: Dostoiévsky e o parricídio.

 

 

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v2i1.454



Referências


“Dostoiévski destrói o antigo plano artístico da representação do mundo. Pela primeira vez a representação se torna pluricadenciada” (BAKHTIN, 2010a, p. 339).

atenção para o fato de Dostoiévski ser um elemento central e de unidade na obra de Bakhtin. O interesse por Dostoiévski já aparece em 1927, no Freudismo (2007, p. 59-60), e vai até 1968, com a produção do ensaio Reformulação do livro sobre Dostoiévski (BAKHTIN, 2010a).

Para Freud (1978a, p. 312) juntamente com Sófocles e Shakespeare, Dostoiévski é o grande escritor que precisa ser pesquisado.

Sobre o papel de Dostoiévski na obra freudiana, Perestrello e Martins (1996, p. 276) afirmam que Freud era um incansável leitor de obras literárias e que tinha, por causa disso, profunda admiração por um grande número de escritores antigos e modernos. E que “Dostoiévski era o ápice da admiração de Freud”.

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