O AMOR INCONDICIONAL NO CONTO “A CAOLHA”, DE JÚLIA LOPES DE ALMEIDA

Lucimara Grando Mesquita (IF SUDESTE MG), Ozana Aparecida do Sacramento (UFMG), Janaina Faria Cardoso Maia (IF SUDESTE MG)

Resumo


A Caolha, conto escrito por Júlia Lopes de Almeida, reforça o estereótipo de mãe, no qual o amor incondicional está presente. Nesse sentido, propõe-se a análise dos mecanismos empregados pela autora, a fim de desafiar os paradigmas ainda hoje impostos à maternidade. Pautando-nos na crítica feminista, define-se como objetivo geral analisar a contestação dos paradigmas maternos, empreendida no conto em questão, e como objetivos específicos: a) compreender o relacionamento entre os personagens a Caolha e Antonico, e o amor incondicional daquela pelo filho; b) identificar as estratégias empregadas por Júlia Lopes, a fim de mostrar o quanto a mãe foge aos padrões da sociedade da época, uma vez que, além de ser mulher, cria seu filho sozinha, sofrendo diversas humilhações por parte de uma sociedade conservadora; e c) verificar até que ponto a maternidade pode ser considerada uma imposição e não um instinto. Para o cumprimento dos objetivos, será realizada a análise do enredo do conto, buscando-se elencar os elementos que representem o universo materno através da problematização da maternidade, tendo como referência o livro Um amor conquistado: o mito do amor materno, de Elisabeth Badinter, o qual possibilitará entendermos o amor incondicional da Caolha para com seu filho. Da mesma forma propomos analisar a situação da mulher presente na sociedade contemporânea conforme vista nos estudos de Adriana Piscitelli, assim como o preconceito sofrido por ela ao ter que criar seu filho sozinha.

PALAVRAS-CHAVE: A Caolha. Maternidade. Amor incondicional.

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v7i1.1530


Referências


ALMEIDA, Júlia Lopes de. A Caolha. In: MORICONI, Ítalo (Org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 49-54.

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MENDONÇA, Cátia Toledo. Júlia Lopes de Almeida: a busca da liberação feminina pela palavra. Revista Letras, Curitiba, n. 60, p. 275-296, jul./dez. 2003.

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