UM POUCO SOBRE A MANIA DE AFIRMAR QUE A ESTÉTICA MARXISTA CONSIDERA MÍMESIS COMO IMITAÇÃO: O EXEMPLO DA POESIA

Yasmeen Pereira da Cunha (UFG)

Resumo


Este artigo tem o intuito de discutir o conceito de mímesis na estética marxista a partir das formulações teóricas que alguns autores fizeram sobre a poesia, na tentativa de evidenciar que o conceito aristotélico é entendido como criação e não como imitação. Primeiramente, será feita uma breve retomada histórica apresentando as formulações de Franz Mehring (1985) e George Plekhanov (1964). Após isso, serão apresentadas as considerações sobre literatura de Vladimir Lênin (1905; 1975), com foco na Teoria do Reflexo, uma vez que dão abertura a uma nova fase da teoria estética marxista. Levando em consideração essa herança teórica deixada, serão analisados os apontamentos sobre a criação poética de György Lukács (2011), Jean-Paul Sartre (2015), Theodor Adorno (2003) e Herbert Marcuse (1981), evidenciando aproximações e distanciamentos entre eles e com a tradição da estética marxista. Desse modo, serão norteadores os trabalhos de Adolfo Sanchéz Vázquéz (1968) e Raymond Williams (2011).

PALAVRAS-CHAVE: Marxismo. Mímesis. Literatura. Poesia. Arte.

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v7i1.1553


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