EXERCÍCIOS DE SER CRIANÇA: SUJEITO E INFÂNCIA EM ARNALDO ANTUNES E MANOEL DE BARROS
Resumo
O presente estudo objetiva refletir sobre a construção da infância em poemas dos escritores integrantes da literatura brasileira contemporânea, Arnaldo Antunes e Manoel de Barros, mais especificamente nos livros As Coisas (ANTUNES, 1992) e O livro das ignorãças (BARROS, 1993). Como suporte teórico-metodológico para as análises, foram adotados pressupostos ligados à análise de discurso de vertente francesa, mais precisamente conceitos de sujeito e discurso defendidos pelo filósofo Michel Foucault (1981; 2008; 2016). Além disso, teóricos que abordam a temática em questão, como Kohan (2003; 2007), Larrosa (2006) e o conceito de devir defendido por Deleuze e Guattari (1997) que consideramos pertinente para este trabalho. Pelas análises dos poemas contidos nos livros supracitados, conclui-se que a infância é construída não sob o ponto de vista cronológico, mas como potência criativa, cujo sujeito é tomado como devir-criança.
PALAVRAS-CHAVE: Sujeito. Infância. Arnaldo Antunes. Manoel de Barros.
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QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016: B2 - ÁREA DE LINGUÍSTICA E LITERATURA
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