Rasura escrita não-visível: o que os processos revelam?

Janaína Ligya Queiroz, Eduardo Calil

Resumo


Este estudo tem por objetivo analisar 6 rasuras escritas de adição não-visíveis produzidas por uma díade de alunos recém-alfabetizados (6 a 7 anos), durante processos de escritura em tempo real. Tomamos a Genética Textual (DE BIASE, 2010; FABRE, 1989; GRESILLION, 2007), a partir de uma abordagem enunciativa, como base teórica. Nossa unidade de análise é o Texto Dialogal (TD) estabelecido na interação face-a-face, respeitando sua dimensão multimodal (gestos, expressões, movimentos corporais) e a fala espontânea e co-enunciativa dos alunos. O corpus analisado é constituído por 8 registro fílmico de 8 processos de escritura de histórias inventadas produzidas por uma mesma díade de escreventes novatos. Discutimos o estatuto da rasura de adição através da análise do processo. Nossos resultados indicam que as rasuras escritas de adição serão sempre visíveis quando se contempla o processo de escritura em tempo real e que as marcar deixadas no produto, consideradas, por trabalhos anteriores, pistas para a identificação de acréscimos, nem sempre são suficientes para a localização dessa forma de rasura. Além disso, tomando por base os dados verificados, as rasuras de adição na escrita infantil ocorrem com maior frequência no nível ortográfico e sintático favorecendo reflexões metalinguísticas dessa ordem.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v8i3.2123


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