1984 e Lua de larvas: o reflexo da idealização utópica na distopia

Yohana Gonçalves Bonfim

Resumo


Nas narrativas distópicas 1984 (1949), de George Orwell, e Lua de Larvas (2012), de Sally Gardner, há a figuração de governos totalitários que dispõem de aparatos que objetivam a manipulação e controle da população. A vigilância, aspecto figurado em ambas as obras, assegura a aplicabilidade de tais aparatos e se configura também como um dos principais meios que inibem a população para um levante popular. Portanto, as personagens destas narrativas se encontram diante de situações elaboradas para extirpar qualquer resquício de identidade e individualidade, características semelhantes às figuradas em narrativas utópicas. Elementos que garantem a homogeneidade ideológica e comportamental são de suma importância para a manutenção tanto dos regimes distópicos figurados nas narrativas de Orwell e Gardner, quanto em sociedades concebidas como modelares. Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo a análise comparativa entre as obras em questão, que tem como parâmetro o processo de homogeneização, portanto, pretendemos verificar como ocorre a figuração dos diferentes meios de controle que se destinam a esta finalidade.  A análise contemplará um estudo comparado a respeito desses aparatos, que visa a identificar assim, as aproximações e discrepâncias entre as narrativas, como também, se a obra de Gardner apresenta uma atualidade de questões figuradas na narrativa de Orwell. A pesquisa está amparada em referencial teórico acerca das relações existentes entre Literatura e utopia/distopia, sendo assim, utilizamos as considerações de Fortunati (2001), Trousson (2005), Berriel (2005), entre outros.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v8i3.2154


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