O real da existência como realidade fraturada: universos oníricos e sobrenaturalidade em Onde estivestes de noite e Aurélia

Leonardo Brandão de Oliveira Amaral, Edson Soares Martins, Gulherme Mariano Martins da Silva

Resumo


Propomos-nos a realizar um percurso comparativo entre as obras Onde estivestes de noite (1999), de Clarice Lispector, e Aurélia (1986), de Gérard de Nerval. Percebendo alinhamentos nas suas construções composicionais, especialmente no que se refere à atuação ativa dos narradores, e, no conteúdo temático, a uma representação que faz uso do onírico e do sobrenatural, propomos uma compreensão que aproxima as obras nesse contexto. Para nossa análise, as obras de teóricos como Todorov e Roas servem para perceber efeitos e construções que se assemelham aos empregados pelo fantástico. No caso das menções a Todorov, também é relevante a importância que Aurélia tem para sua definição do gênero. Defendemos, assim, a hipótese de que a obra de Nerval é uma precursora da de Lispector.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v8i3.2215


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