A estética do apagamento da identidade feminina em “Ele me bebeu”, de Clarice Lispector
Resumo
Este artigo propõe-se a apresentar um exame do conto “Ele me bebeu”, originalmente publicado no livro A Via Crucis do Corpo, por Clarice Lispector, em 1974. A discussão, fundamentada em autores como Butler (2003), Foucault (2015) e Zolin (2009; 2010), busca perceber os mecanismos de apagamento da identidade feminina da protagonista Aurélia Nascimento. As análises mostram que a personagem principal do conto se percebe apagada por um conjunto de apetrechos estéticos, típicos do mundo globalizado. Este fato nos leva a um paradoxo contemporâneo: a beleza natural da mulher é apagada por um sentimento de incompletude, decorrente do uso de maquiagens em nome da busca por uma beleza fabricada.
PALAVRAS-CHAVE: Clarice Lispector. Identidade feminina. Estética do apagamento.
DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v9i3.2329
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