A violência em Feliz ano novo: exotismo ou hiperrealismo?
Resumo
Publicado em 1975, o livro Feliz Ano Novo, obra do autor Rubem Fonseca, trata da brutalidade das relações humanas, a partir de uma dualidade de força e opressão dos grandes centros urbanos. O contexto histórico de expansão das cidades levou, por consequência, à inadaptação dos indivíduos no seu novo meio em desenvolvimento, movidos por ações que não se justificam, em uma violência desmedida. Uma das hipóteses a respeito do caráter dessa violência assume a forma da criação de um “perfil” do marginal, que pode ser futuramente atribuída a um exotismo da literatura de Rubem Fonseca. Por outro lado, há a hipótese do hiperrealismo, uma defesa que traduz o exagero e o exótico como o vínculo intenso que existe entre a marginalidade e a existência tóxica nas metrópoles, que resulta na exploração infinita do indivíduo, marginalizando-o permanentemente, selado pela exclusão. As situações cruas às quais o leitor é exposto acabam por provocar uma reação de dúvida no leitor. Rubem Fonseca está entre um autor de um realismo feroz, que agride seu leitor com a violência, e um escritor que cria um novo tipo de exotismo com a figura do “marginal, da prostituta, do inculto e do excluído”. A partir da análise de algumas peças desse conjunto, este ensaio procurar analisar o caráter da violência em Feliz Ano Novo, destacando o contraste das posições que o classificam como exótico ou hiperrealista.
PALAVRAS-CHAVE: Violência. Feliz Ano Novo. Rubem Fonseca. Exotismo. Hiperrealismo.
DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v9i3.2596
Referências
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