“MÁS ALLÁ DEL CONVENTILLO Y DE LAS SOMBRAS DE ARRABAL”: ENCONTROS E DESENCONTROS ENTRE O TEATRO DA CRUELDADE E A CONSTRUÇÃO DAS CORPOREIDADES EM CACHAFAZ
Resumo
Este artigo tem como objetivo pensar a influência do Teatro da Crueldade, de Antonin Artaud, na construção das corporeidades dos personagens em Cachafaz, de Copi. Para isso, serão levadas em consideração a divisão vida e morte presente na obra e as diversas repressões e tentativas de controle não só sobre o próprio corpo, mas também sobre o corpo do outro, o que gera uma violência que caminha entre o implícito e o explícito durante todo o enredo. Na peça é narrada a história do casal Cachafaz e Raulito, que são, respectivamente, um homem e uma mulher designada como homem ao nascer. O fato de a dupla não se encaixar nas sexualidades normalizadas parece ser um problema maior para os moradores do cortiço onde vivem do que atos como o assassinato e consumo de carne humana, pois, na lógica da população, a violência é uma prova de que Cachafaz se encaixa no comportamento que se espera de um homem provedor. Dessa forma, Cachafaz traz à tona uma série de fraturas sociais e coloca em primeiro plano personagens que são marginalizadas, tirando assim a plateia de “sua estagnação psicológica e humana” (ARTAUD, 1984, p. 115).
Palavras-chave: Literatura hispano-americana. Teatro da Crueldade. Teatro popular argentino. Corporeidade. Violência. Copi.
DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i1.2754
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