TAMBÉM O HUMANITARISMO TEM SEU LIMITE: ASPECTOS E NARRATIVA NO JORNALISMO LITERÁRIO
Resumo
O jornalismo literário é um gênero híbrido que, ao fundir literatura e jornalismo, fornece ao escritor uma ampla e diversificada gama de possibilidades e interações com a sua narrativa e com seu o leitor. Uma de suas características, presente em grande parte dos textos do gênero, é aquela que possibilita ao autor a sua inserção no texto, como narrador e até mesmo personagem da história. Dessa forma, ao observar certas propriedades do personagem e do narrador no âmbito da literatura (como se apresenta, de qual lugar narra etc.) e mesclá-las com os conceitos inerentes ao jornalismo literário (como humanização, voz autoral, simbolismo e criatividade etc.), a pesquisa busca compreender por qual motivo e como é posto o autor-narrador em textos do gênero, a partir da análise da crônica Também o humanitarismo tem seu limite, de Gabriel García Márquez, na qual ele escreve, num contexto pessoal e histórico-cultural, sobre encarceramentos de cidadãos colombianos ocorridos em Cuba durante a década de 1980.
Palavras-chave: Narrativa. Autor. Jornalismo Literário. Gabriel García Márquez.
DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i1.2900
Referências
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Coleção Os Pensadores).
ARNT, Héris. Jornalismo e ficção: as narrativas do cotidiano. Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 46-52, 2004.
BENJAMIN, Walter. O Narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas I. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1987. p. 197-221.
CIVITARESE, Giuseppe. Metalepse ou a retórica da interpretação transferencial. Revista brasileira de psicanálise, São Paulo, v. 44, n. 3, p. 159-176, 2010. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2010000300015. Acesso em: 11 jun. 2020.
FUNDAÇÃO GABO. Sobre a Fundação Gabo. Disponível em: https://fundaciongabo.org/es/institucion/acerca-de-la-fundacion-gabo/. Acesso em: 10 out. 2020.
GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel. Também o humanitarismo tem seu limite. In: MÁRQUEZ, Gabriel García. Crônicas 1961-1984. Tradução de Léo Schlafman. Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 449-452.
LEITE, Ligia Chiappini Moraes. O foco narrativo (ou a polêmica em torno da ilusão). São Paulo: ática, 1985. Série Princípios.
LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. Barueri: Malone, 2009.
NECCHI, Vitor. A (im)pertinência da denominação “jornalismo literário”. Estudos em Jornalismo e Mídia, Florianópolis, ano VI, n. 1, p. 99-109. jan./jun. 2009.
PAIM, Augusto Machado. A personagem-fonte no Jornalismo em Quadrinhos: entre a ficção e a não-ficção. Revista de Estudos Literários, Coimbra, v. 1, p. 349-365, 2014.
PENA, Felipe. O jornalismo literário como gênero e conceito. Revista Contracampo – Brazilian Journal of Communication, Niterói, n. 17, p. 43-58, jul./dez. 2007.
PLATÃO. A República. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 3. ed. Belém: EDUFPA, 2000.
REUTER, Yves. Análise da narrativa: o texto, a ficção e a narração. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002.
SACCO, Joe. Alguém aí pediu um manifesto? In: SACCO, Joe. Reportagens. Tradução de Érico Assis. São Paulo: Quadrinhos na Cia., 2016. p. 3-6.
SCHLAFMAN, Léo. Prefácio: García Márquez e suas paixões. In: MÁRQUEZ, Gabriel García. Crônicas 1961-1984. Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 11-14.
SIMS, Norman. The literary journalist. In: SIMS, Norman. The literary journalist. New York: Ballantine, 1984. p. 3-25.
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .
QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016: B2 - ÁREA DE LINGUÍSTICA E LITERATURA
Indexadores de Base de Dados (IBDs)
Bases de periódicos com texto completo:
|
|
|