FILHO SEM PAI, PAI SEM FILHO: A ESCRITA ÍNTIMA DO LUTO

Lara Luiza Oliveira Amaral, Eduardo Bertoli Ludwig

Resumo


Um filho perde o pai. Um pai perde uma filha. São esses os títulos e enredos das duas narrativas selecionadas para a análise a seguir. O primeiro volume da saga Minha Luta, de Karl Ove Knausgård, se intitula A morte do pai (2009). O romance de estreia do brasileiro Tiago Ferro, O pai da menina morta (2018). A década de diferença não altera o foco dos romances: a morte, o luto, a escrita. A partir de uma leitura comparativa entre as duas obras, objetivamos analisar a representação do luto (e do enlutado) na literatura autoficcional contemporânea. Para tanto, nos pautaremos em teóricos, tais como Lejeune (1975), Arfuch (2002), Freud (1917), entre outros.

Palavras-chave: Luto. Literatura contemporânea. Autoficção.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i1.2940


Referências


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