A INSTÂNCIA NARRATIVA NA OBRA LUCÍOLA, DE JOSÉ DE ALENCAR

Gislaine da Silva Feitosa, Ana Carolina Negrão Berlini de Andrade

Resumo


Neste trabalho, pretende-se fazer uma análise sobre a instância narrativa na obra Lucíola, de José de Alencar. A história é narrada pelo personagem Paulo, recém-chegado ao Rio de Janeiro, que conta como conheceu e como se relacionou com Lúcia, uma famosa cortesã da sociedade carioca. Ao participar da história, Paulo se caracteriza como um narrador homodiegético, uma vez que além de narrar, ele também é um personagem, conduzindo o leitor a acreditar no que ele alega sobre as atitudes de Lúcia por meio de seu discurso e de sua perspectiva, muitas vezes questionando a personalidade da personagem no decorrer da narrativa. Nesse sentido, o nosso objetivo é analisar a consistência do discurso de Paulo, como também até que ponto ele se coloca como um narrador confiável ao construir a personalidade da personagem Lúcia, considerando o fato de que apenas a perspectiva dele norteia a trama. A metodologia utilizada é a bibliográfica que aborda questões teóricas sobre a instância narrativa. Como suporte teórico, foram adotados conceitos propostos pelo teórico Gerard Genette em sua obra intitulada Discurso da narrativa (s/d). No entanto, quando necessário, remeteremos aos conceitos específicos de teóricos como Norman Friedman e Jean Pouillon, também importantes para analisar a confiabilidade do narrador Paulo diante da história que conta. Assim, a pesquisa pretende detalhar as estratégias utilizadas pelo narrador para construir a narrativa.

Palavras-chave: José de Alencar. Lucíola. Instância Narrativa. Representação da personagem feminina. Inconfiabilidade do narrador.

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i2.3032


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