A escrita (in)disciplinada na construção de Carta à rainha louca, de Maria Valéria Rezende

Thaís Fernanda Viana Batista, Vinícius Lourenço Linhares

Resumo


Neste estudo, investiga-se a encenação da escrita (in)disciplinada em Carta à rainha louca (2019), de Maria Valéria Rezende. O romance constrói-se a partir de uma epístola escrita pela narradora Isabel, que – aprisionada pelo corpo e pela interdição à sua palavra – postula como interlocutora a rainha D. Maria I, de Portugal, a quem denuncia as injustiças ocorridas na colônia. Teoricamente, foram tomados os estudos de Chauí (1984) sobre as raízes da violência contra a mulher e os estudos de Miranda (1999) sobre a mulher religiosa no Brasil. O conceito de escrita foi tomado de Rancière (2017) e, por fim, para tratar do processo enunciativo no/do romance, foram utilizados os estudos sobre enunciação desenvolvidos por Benveniste (1989), Bakhtin/Volochínov (2009) e Bakhtin (2010).

Palavras-chave: Brasil Colônia. Crítica literária. Enunciação. Escrita (in)disciplinada. Romance.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i3.3468


Referências


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