As crenças dos alunos do curso de Letras Português-Inglês da UFAPE sobre o bilinguismo e o status da língua inglesa em sua formação acadêmica

Relton Ricacio da Silva Cordeiro, Joelton Duarte de Santana

Resumo


Este artigo analisa as crenças dos alunos do curso de Letras Português-Inglês da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco sobre o bilinguismo e o status da língua inglesa em sua formação acadêmica, a partir dos pressupostos teóricos sobre a formação do docente de língua inglesa (IALAGO E DURAN, 2008); a influência das crenças no ensino e aprendizagem de língua e na formação docente (SANTOS, 2011; BARCELOS 2000); o bilinguismo e a educação bilíngue (GROSJEAN, 2013; COOK, 2013; HARMERS E BLANC, 2000); bem como, sobre o status da língua inglesa (SPINASSÉ, 2006; LEFFA, 2008; SOUTO ET AL., 2014). Após a análise do questionário proposto aos discentes do 1º ao 8º período do referido curso de graduação, foi possível observar que, por ser subutilizada, nas palavras dos alunos analisados, e não atender, consequentemente, a demandas sociocomunicativas institucionais específicas, a língua inglesa acaba assumindo o status, ora de língua estrangeira, ora de língua adicional, cuja interação e aprendizagem são mediadas pela língua portuguesa, à medida que estes, enquanto alunos de uma licenciatura dupla, não se consideram bilíngues (GROSJEAN, 2013).

Palavras-chave: Crenças. Formação docente. Bilinguismo. Status da língua inglesa.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i4.3583


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