Conexões entre História e Literatura: o antissemitismo em O Mercador de Veneza

Silvio Luiz Costa, Ana Caroline Barros

Resumo


Este artigo busca compreender os vestígios antissemitas em O Mercador de Veneza pela dramaticidade em “ser judeu” no contexto de William Shakespeare. A reflexão privilegia a análise do personagem Shylock, um judeu usurário. A metodologia empregada envolve uma pesquisa bibliográfica com estudos historiográficos e literários, tendo como recorte o tempo de Elizabeth I e a Sereníssima República de Veneza, que influenciaram diretamente a obra shakespeariana de 1596. História e Literatura se aproximam, dessa forma, descortinando este ódio fortemente construído na mentalidade ocidental pelo estereótipo e pelas falácias depreciativas, que atribuíam aos judeus o papel de mal absoluto, espelhados no mundo da arte, em que pela tristeza do judeu, a plateia tinha diversão garantida.

Palavras-chave: História e Literatura. O Mercador de Veneza. William Shakespeare. Antissemitismo.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i4.3598


Referências


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