O BELO HORRÍVEL NA LITERATURA INDIANISTA DE JOSÉ DE ALENCAR
Resumo
Nas Cartas sobre A confederação dos tamoios (1856), José de Alencar analisa o poema épico A confederação dos tamoios (1856), de Gonçalves de Magalhães, identificando “falhas” no modo como o poeta desenvolveu os temas basilares do nosso Romantismo, o índio e a natureza. Em seus escritos, o escritor cearense arrola pontos relevantes da estética romântica, afirmando que muitos deles não foram desenvolvidos satisfatoriamente no poema. Um dos preceitos aferidos por Alencar é o de belo horrível, que consiste na construção de imagens que suscitem, concomitantemente, o terror e o fascínio sobre o leitor. A sensação da beleza horrível é criada a partir da composição de cenas que se desenvolvem rapidamente, e nas quais se identificam imagens grandiosas e terrificantes. Tais imagens, devido à rapidez com que surgem e desaparecem na narrativa, acabam causando uma profunda impressão no espírito do observador. Certamente tal conceito não pode ser considerado uma “inovação” do cearense, uma vez que podemos reconhecer sua aproximação ao conceito de Sublime de Edmund Burke, para quem a beleza e o medo, ao serem relacionados, acabam suscitando o sentimento de grandiosidade e magnificência. Partindo das observações quanto ao conceito de belo horrível, apresentado nas cartas estéticas alencarinas, pretendemos realizar um estudo investigativo dos romances indianistas do alencarinos, O guarani (1857) e Iracema (1865), a fim de observamos como José de Alencar desenvolveu, nessas obras, o conceito apresentado em seus escritos críticos sobre o poema de Magalhães.

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QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016: B2 - ÁREA DE LINGUÍSTICA E LITERATURA
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