A RACIALIZAÇÃO DOS CELTAS NA CULTURA LETRADA VITORIANA

Raimundo Expedito dos Santos Sousa (UFMG)

Resumo


Atento à contribuição da elite letrada para o imperialismo britânico, este trabalho investiga, mediante exame de textos ficcionais e ensaísticos de escritores e críticos literários vitorianos como Alfred Tennyson e Mathew Arnold, a instrumentalidade do gênero na invenção da diferença racial que procurou justificar a colonização da Irlanda. Por meio das fontes investigadas, observamos que os celtas eram feminizados como antíteses dos “másculos” anglo-saxões devido à sua suposta debilidade emocional e intelectual, sendo, portanto, equiparados às mulheres metropolitanas em representações que amalgamavam racismo e sexismo. Graças à concatenação entre estereótipos de raça e gênero, a antinomia masculino/feminino facultou a elaboração de disjunções que visavam naturalizar assimetrias entre império e colônia sob os álibis da complementaridade e hierarquia “naturais” entre os sexos.


Texto completo: PDF

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .

QUALIS/CAPES - quadriênio 2013-2016B2 - ÁREA DE LINGUÍSTICA E LITERATURA

 

Indexadores de Base de Dados (IBDs) 
Bases de periódicos com texto completo: