Os três tempos de Augusto Roa Bastos

Felipe da Silva Mendonça, Luciana Brito

Resumo


Este artigo tem por objetivo analisar o tempo no romance Contravida (2001), do escritor paraguaio Augusto Roa Bastos (1917-2005). Para isso, tomamos três perspectivas sobre o que é o tempo e como se dá sua passagem, tendo como base teórica Santo Agostinho (2017), Norbert Elias (1998), Whitrow (1993) e Jacques Le Goff (1990). Desse modo, temos o tempo observável e circular associado à natureza; o tempo da consciência que está sujeito à percepção do indivíduo sobre o tempo, isso é, as suas memórias; e o tempo simbólico que, por meio de símbolos sociais como os relógios e calendários, faz marcações temporais em um tempo linear no fluxo do devir. Em Contravida, por meio de um narrador personagem, Roa Bastos apresenta um homem que, após fugir da prisão, embarca em um trem de volta para o povoado que cresceu. Nesse processo de fuga, sua memória retoma tempos passados. Assim, o leitor entra em contato com diferentes tempos narrativos apresentados pela obra.

PALAVRAS-CHAVE: Tempo. Augusto Roa Bastos. Contravida. Romance.


Referências


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