O REENDEREÇAMENTO LITERÁRIO NA TRILOGIA DE CONTOS DE MURILO RUBIÃO

Haline Nogueira da Silva Domingues (UEM)

Resumo


Repensar as práticas de exteriorização e divulgação do material escrito arquitetado pelas editoras no cenário contemporâneo da literatura brasileira é de suma importância, principalmente no que concerne à categoria de produção juvenil. Nosso objetivo neste artigo é apresentar, destacar e analisar a trilogia de contos de Murilo Rubião, publicada em 2016 pela Editora Positivo, a partir do aporte teórico do reendereçamento literário, termo cunhado por Vera Teixeira de Aguiar e do fenômeno crossover, estudado por Beckett (2009). Os três livros, vendidos separadamente, são reembalados de maneira a ampliar o público quanto ao acesso da obra do escritor mineiro. Inserida nos moldes da literatura fantástica, tais obras podem atingir públicos de diferentes idades e operar como impulsionador do interesse dos jovens na leitura de uma literatura para adultos, devido ao trabalho de editoração gráfico e ilustrativo proporcionado pelo mercado crossover e pelas maneiras de reendereçamento. Para tanto, nossa metodologia de análise recairá sobre estudos da literatura juvenil, perpassando pelas questões editoriais e análise do projeto editorial da trilogia composta pelos contos O edifício; Bárbara e Teleco, o coelhinho.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura juvenil. Murilo Rubião. Reendereçamento literário. Crossover.

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v8i1.1773


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