COMO AS CRIANÇAS BRASILEIRAS ADQUIREM A EXPRESSÃO DE FUTURIDADE: UM ESTUDO SINTÁTICO

Paulo Ângelo Araújo-Adriano (UNICAMP)

Resumo


Em uma abordagem da gramática gerativa, este artigo investiga como as crianças brasileiras adquirem a expressão de futuridade. Objetiva-se a identificar se, primeiramente, as crianças adquirem a forma sintética para o futuro ou a perífrase equivalente, ‘ir’ + infinitivo. Uma vez que a forma sintética para futuridade não é mais produtiva no PB, a hipótese inicial é a de que as crianças não produzem a forma sintética para futuro e, primeiramente, adquire a forma perifrástica veiculando Aspecto Prospectivo, para depois adquirirem a mesma estrutura perifrástica veiculando Modo Irrealis. Os dados selecionados são baseados em um estudo longitudinal de 3 crianças brasileiras (C1, C2 e C3), monolíngues, por um período de 01;08 e 03;07. Os resultados mostram que as três crianças não produziram a forma sintética; produziram ‘ir’ + infinitivo veiculando Aspecto Prospectivo quando tinham 01;08. A estrutura com valor irrealissó apareceu quando estavam com 02;01. Esses resultados sugerem que, uma vez que não há evidência positiva para a estrutura sintética, as crianças não adquirem-na naturalmente. Além disso, este estudo advoga em favor não só da hipótese maturacional, mas também para a hipótese continuísta para aquisição.

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v8i2.2107


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