Um enigma não tão claro: a recusa do conhecimento metafísico na poética drummondiana

Márcio Roberto do Prado, Marília Renildes Duka de Souza

Resumo


A obra de Drummond é um espelho da natureza humana e suas angústias, é a expressão de uma consciência lírica austera, que busca encontrar seu lugar no mundo, mas ao mesmo tempo é carente de sociabilidade e desesperada pela sobrevivência. Por meio da revisão de bibliografia da fortuna crítica da obra de Carlos Drummond de Andrade e das obras do próprio poeta, nosso objetivo, nesse artigo, é entender como o eu lírico drummondiano acessa e se insere no mundo e quais são seus critérios para aceitar uma verdade em detrimento de outra que lhe possa ser ofertada. Procuramos demonstrar que a recusa de uma solução metafísica é um dos métodos escolhidos pelo eu lírico. É preciso salientar que a temática metafísica não é rejeitada, mas sim a solução epistemológica, para acessar o mundo, que se quer metafísica. À luz dos estudos de Candido (1995), Bosi (2003), Merquior (1996) e Villaça (2006), analisaremos, pois, o poema “A máquina do mundo”, do livro Claro enigma, publicado em 1951, a fim de entender quais as implicações epistemológicas de recusar o conhecimento ofertado pela Máquina.

PALAVRAS-CHAVE: Carlos Drummond de Andrade. Metafísica. A Máquina do mundo.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v9i3.2529


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