ORALIDADE EM LÍNGUA INGLESA, NO ENSINO FUNDAMENTAL, À LUZ DA BNCC: UM OLHAR REFLEXIVO

Fernando Alves de Oliveira

Resumo


Este artigo visa discutir o tratamento dado à Oralidade na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de Língua Inglesa para o Ensino Fundamental – Anos Finais, observando as lacunas em relação às habilidades que envolvem a fala. Para tanto, adotamos como fundamentação teórica a concepção de Oralidade como prática social de Marcuschi (2007) e Reyzábal (1999) e o Dialogismo, de Bakhtin (2003). Nossa pesquisa é aplicada, qualitativa, descritiva, de caráter documental e, para realizá-la, seguimos a metodologia assim apresentada: observamos a quantidade de habilidades definidas para cada um dos eixos de trabalho com Língua Inglesa propostos pela BNCC (Oralidade, Conhecimentos Linguísticos, Leitura, Escrita e Dimensão Intercultural) e também a abrangência das práticas de uso da linguagem falada nelas contidas. Constatamos que o eixo mais privilegiado é o de “Conhecimentos Linguísticos” (24 habilidades), enquanto o da Oralidade tem 19, ocupando a terceira posição. Verificamos, ainda, que ficaram de fora conhecimentos essenciais, como o da apresentação de seminários a respeito de temas científicos e os que envolvem a produção de textos injuntivos em Língua Inglesa. Essas lacunas apontam para a necessidade de ampliar o espectro de habilidades ligadas à fala na BNCC, sob pena de estarmos negando aos alunos o direito de aprenderem a se comunicar oralmente em Língua Inglesa, considerando os variados contextos de uso.

Palavras-chave: Oralidade em Inglês. Habilidades. BNCC.

 

DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i1.2698


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